Keli Rahmeier é uma pisciana sonhadora de 1,56
m de altura que adora dormir de manhã e tomar uma cerveja gelada de vez em
quando. Natural de Não-Me-Toque, foi adotada por Délio e Nilve Rahmeier quando
tinha pouco mais de 1 ano. Com 4, já pintava algumas paredes por aí.
Sonhava em ser artista plástica e, na escola,
gostava de desenho, teatro e dança, dando vez e voz às suas criaturas na
disciplina de educação artística, onde costumava se destacar. Aos 15 anos passou
a fazer aulas de desenho, aperfeiçoando suas habilidades e trazendo técnica ao
seu talento.
Começou a trabalhar cedo, com 16, em um salão
de beleza. A vida adulta que se iniciava a afastou do desenho, mas jamais
diminuiu sua paixão. Keli seguiu desenhando aqui e ali – principalmente em
paredes e espaços grandes, que permitem expansão. Certa vez, reproduziu a capa
de um dos CDs d’Os Ramones na
parede do seu quarto.
Seus caminhos sempre a levaram para trabalhos
onde pôde expressar sua imaginação.
Keli já participou de exposições e feiras
culturais, como a 4ª Mostra de Arte do Rancho Cavalo de Troia, em 2016, e a
exposição inaugural da casa de cultura Arteria, em 2017, ambos em Carazinho.
Neste mesmo ano ilustrou o texto Poesia do Guetto, do rapper Josué
Quadros, publicado na revista Obscena,
lançada pela Editora Os Dez Melhores reunindo quase uma centena de artistas de
Carazinho e região.
Formada cabeleireira pelo Senac de Porto
Alegre, trabalhou ao lado de renomados profissionais da área na capital. Em
2021 fundou sua empresa, o Salão 633, em Não-Me-Toque, onde agora coloca toda a
sua criatividade em cabelos.
Keli também é
a responsável pela ilustração de capa e quarta capa do livro Coisas do Interior,
do escritor Carlos Eduardo Goodman, cujo lançamento acontece na próxima
sexta-feira, dia 18 de fevereiro, entre 19h e 21h, na Biblioteca Pública
Municipal de Carazinho.
Apesar de tudo isso, Keli nunca parou de
desenhar em paredes.
1. Quando, como, onde e por que surgiu a artista Keli
Rahmeier?
Nasceu muito pequena; eu
pintava as paredes com 4 anos de idade. Surgiu na escola; ali desenvolvi as habilidades
e fazia os trabalhos de educação artística dos colegas. Por quê? Veio
naturalmente, desde criança eu mostrava o quanto gostava de desenhar.
2. Como é o teu processo de criação? Tem algum horário, local
ou ritual preferido na hora de desenhar?
Gosto muito de desenhar
ouvindo música nos fones de ouvido, em um local tranquilo. Às vezes a criação
sai de madrugada. A chuva também é muito inspiradora pra mim.
3. Um de seus trabalhos, inspirado
livremente em uma das obras das coleções Self-Portraits
e Liquid Friends, do artista plástico
ateniense Nikos Gyftakis, se tornou a
ilustração de capa do livro Coisas do
Interior, do autor Carlos Eduardo Goodman. Por que você escolheu esta obra e como foi
reproduzi-la em criação livre?
Eu gosto e admiro muito esse artista e achei essa arte muito expressiva e diferente, então reproduzi, mudando alguns traços e usando as minhas técnicas de giz pastel seco e lápis de cor.
4. Sabemos que você tem preferência por telas e espaços
grandes na hora de criar. Por quê?
Eu gosto muito de grandes desenhos, paredes inteiras com uma arte gigante. Pra mim é muito intenso quando vejo uma arte grande cheia de detalhes, que preenche todo o espaço. Gosto das grandes artes porque elas são bem impactantes.