Assessoria de comunicação da Editora Os Dez Melhores
Existe
uma ideia equivocada de que a Ditadura Militar Brasileira não chegou ao
interior do país – e a falta de registros desse período, em particular nas pequenas
cidades do Brasil, muitas vezes parece confirmar tal informação, tão errada. Em
Carazinho não é diferente. Há poucos documentos e arquivos descrevendo o que se
passou por aqui nos 21 anos em que durou a ditadura, entre 1964 e 1985.
Assim,
o próximo lançamento da Editora Os Dez Melhores é, mais do que a autobiografia
de sua autora, a professora Gelcí Teresinha Quevedo Agne, um livro que conta também a
história de Carazinho e de cada carazinhense.
Em 1964
Gelcí tinha apenas 6 anos de idade quando, em um dia que deveria ser como
qualquer outro, viu seu pai, Delfino
Siqueira de Quevedo, de
apenas 36 anos, ser violentamente levado de sua casa por homens truculentos
vestindo coturnos, deixando para trás sua esposa e seus três filhos pequenos.
Ninguém explicou nada, ninguém disse por que nem para onde o estavam levando.
Foram 60 dias sem saber se o pai querido, brincalhão e contador de histórias
estava vivo ou morto; 60 dias vivendo em constante estado de medo e alerta, passando
necessidades das mais variadas.
Gelcí, apenas uma criança, se escondeu embaixo da cama e,
pela fresta, assistiu sua família e a vida que conhecia ruir. E agora, no ano
em que o Golpe Militar completa 60 anos, Gelcí finalmente saiu de seu esconderijo
para encarar a sua história não mais pela fresta, mas de frente. O resultado é
a obra 1964: um olhar pela fresta,
onde a autora conta a sua própria história entremeada com a história de
Carazinho, apresentando aos carazinhenses um registro contundente e honesto
sobre um dos períodos mais escuros e tristes do Brasil.
A obra traz, além dos acontecimentos que Gelcí vivenciou na pele e no coração, trechos da
monografia Todos contra o PTB: disputas
políticas no norte do Rio Grande do Sul (UPF/2006), de autoria do professor
Cláudio Damião Braun, coordenador do Museu Olívio Otto, apresentando pesquisas,
dados e registros de jornais dessa época fúnebre, ilustrando com fatos a
história contada pela autora. O livro reúne também uma série de entrevistas com
personagens locais desse período, como o prefeito de Carazinho em 1964, Ernesto
Keller Filho (in memoriam), e o padre
João Gheno Netto (in
memoriam).
O
lançamento acontece dia 6 de setembro, entre 18h30 e 21h, na Biblioteca Pública Municipal Dr. Guilherme Schultz Filho. O evento conta ainda com um pocket show
de música brasileira da artista carazinhense Djeni Bairros. A entrada é
gratuita e, na ocasião, o livro estará disponível para venda por R$60.
Todos
estão mais do que convidados: estão também convocados. Porque, como já disse o
filósofo e teórico político Edmund Burke, “Um povo que não conhece a sua
história está condenado a repeti-la” – e isso não podemos permitir de jeito
nenhum!
Para
mais informações, entre em contato pelo e-mail osdezmelhores@gmail.com