Por Jana Lauxen.
Escrevo
para agradecer aos professores e às escolas de Carazinho, e também de todo esse
Brasil, por tudo o que estão fazendo pela nossa gurizada.
Obrigada
por transformar suas casas em salas de aula; por recriar, refazer e reinventar
maneiras de ensinar e de aprender, de se comunicar, de envolver o estudante,
inclusive orientando-o em suas aflições; mesmo que vocês estejam tão aflitos quanto.
Obrigada
às escolas que continuam servindo refeições aos alunos em situação de
vulnerabilidade. Vocês estão matando a fome de crianças e eu não sei o que pode
ser maior do que isso em um país faminto e desigual como o nosso.
Obrigada
por abrirem mão de seu descanso, de seu tempo, de sua energia, de seu lazer, de
suas famílias, de suas próprias dores e angústias e até de suas economias; obrigada
por fazerem muito mais do que devem e podem fazer.
Não
deveria ser assim.
Eu não
deveria estar aqui, agradecendo à comunidade escolar por literalmente carregar
nosso futuro nas costas; por dar muito mais do que receber; por resistir
bravamente, por se desdobrar em 20, por se esgotar e tantas vezes adoecer
buscando dar conta de tudo e de todos e de cada um – e ainda desviando do fogo amigo
que vem de cima, de baixo, dos lados.
Sim, no
país em que enfermeiros e jornalistas são agredidos, vocês também precisam
lidar com a violência de pais e estudantes, de autoridades e supostos
representantes, que não conseguem (ou convenientemente não querem) reconhecer a
grandiosidade do que vocês, professores e escolas, fazem todos os dias – e agora
mais do que nunca.
Eu
espero e batalho para que, um dia, possamos viver em um Brasil capaz de entender
que, sem vocês, não pode existir uma nação.
Vocês
também são heróis; vocês também salvam vidas de um modo que vai muito além da
nossa vã compreensão.
Eu
agradeço e os aplaudo de pé, queridos mestres, queridas escolas.
Mas
também sei que isso é pouco diante de tanto.
Então
eu pergunto: como posso ajudar?
Escreve
e me diz: osdezmelhores@gmail.com