Texto: Jana Lauxen
Fotos: Fernão Duarte
Editora Os Dez Melhores
A
segunda edição do Hat Sessions, que
aconteceu em Carazinho/RS no último sábado, dia 14 de maio de 2016, me
surpreendeu e impressionou de muitas maneiras.
Confesso
que, quando saí de casa no sábado de tarde, com nossos livros e banners embaixo
do braço, não sabia exatamente o que esperar. Sabia apenas que seria um evento
fechado, de público limitado, para a gravação de áudio e imagem dos shows das
bandas Caro Antônio e Melisse e Seus Delavys,
ambas de Passo Fundo, e também do músico Bruno García, de Sarandi.
Promovido
pelas produtoras Black Mud-D e Lunet, o objetivo do projeto é produzir artistas independentes com a
competência e o profissionalismo dos grandes estúdios – comprovando,
definitivamente, que o marginal não é sinônimo de amador.
Este,
aliás, é o primeiro ponto a ser observado. Quando chegamos ao final da Rua
Carlos Barbosa, e nos deparamos com o local do evento, o que chamou a atenção
foi a quantidade e a qualidade do equipamento de ambas as produtoras. O que
mostra, de cara, que os meninos da Black Mud-D e da Lunet não estão em Carazinho a passeio.
O
público começou a chegar pouco antes das 17h de um sábado agradável e
ensolarado, bastante incomum nestes dias de chuva e frio do outono gaúcho. Um
sinal claro de que São Pedro colaborava também.
Beijo, São Pedro! <3 |
Neste
momento, a Editora Os Dez Melhores já
se encontrava com sua banca ativa e operante, com todos os títulos lançados
pelo selo, além de edições da Revista Café Espacial, e brindes, como marcadores de página.
Vem, gente! |
Não
eram seis horas da tarde e o sol já se escondia, pintando o céu de infinitos
tons de rosa, laranja e azul. Foi quando o multi-instrumentista (e
multi-talentoso, diga-se de passagem) Bruno García iniciou seu
show com canções próprias, que se destacam pela sua beleza e convicção. Com uma
voz ora suave, ora intensa, Bruno fez uma harmoniosa e deleitosa apresentação
em parceria com um pôr do sol magnífico, tão suave e intenso quanto.
Bruno García. |
Depois
foi a vez da carismática Caro Antônio fazer o seu
show – ou talvez “fazer o seu espetáculo” seria a forma mais adequada e justa
de definir. De personalidade única, a banda não decepciona quem está a fim de
ver, ouvir e viver uma experiência musical impetuosa e surpreendente.
Lucas Schütz, vocalista da Caro Antônio. |
Melisse e Seus Delavys
encerraram a noite em grande estilo, tocando com coragem e originalidade. Melisse possui uma fúria e uma inquietação em sua voz
e em sua postura, que nos faz compreender por que a música independente tem
tanta força.
Melisse Delavy. |
Agora,
é aguardar para ver o resultado. E baseada no trabalho que eu já vi, produzido
durante a primeira edição do Hat Sessions,
só posso esperar um resultado final impecável, inovador e sensível (entenda do
que eu estou falando clicando aqui e
aqui).
Importante
citar também a organização e a dedicação dos responsáveis pelo evento. Para
nós, da Editora Os Dez Melhores, é
especialmente importante participar de projetos como o Hat Sessions, que buscam aquecer e impulsionar o mercado
independente – seja este mercado da música, da literatura, do artesanato, das
artes cênicas ou visuais.
Porque
nós acreditamos que a revolução está nas pessoas. Não no coletivo, mas no
indivíduo. Faz revolução quem vai pra rua lutar pela ideologia que acredita,
mas faz ainda mais quem muda o mundo que o rodeia. Quem realiza, além de teorizar.
E isso acontece através de ações e iniciativas aparentemente pequenas e inofensivas,
mas que desencadeiam uma série de movimentos em um cenário cultural local. E mudam
tudo.
Na
maioria das vezes, só é preciso impulsionar o primeiro dominó, para que todos
os demais dominós sejam alcançados também.
Entre
artistas independentes, todos sabem que aproximar-se da massa é praticamente
impossível. E os que compreendem que é dando um passo por dia que se sai do
lugar, estes fazem sua revolução diária, pessoal, intransferível.
E
foi isso que eu vi, vivi e senti no entardecer do dia 14 de maio, durante o Hat Sessions: gente disposta a fazer
acontecer. Gente com vontade de modificar o status
quo que lhe rodeia. Gente preparada para nadar contra a maré.
São
pessoas assim que mudam o mundo, porque são pessoas assim que fazem a
verdadeira revolução.
E
se for para fazer revolução, não precisa chamar a Editora Os Dez Melhores duas vezes.
(Veja mais fotos do evento, pelos fotógrafos Felipe Defante e Sheila Kempfer, clicando aqui).