Ilustração: Muha Bazila. |
Naquele
dia, os controladores de tráfego aéreo de Florianópolis perceberam algo
estranho em seus radares. Um ponto luminoso locomovia-se em linha reta, em
direção ao estado do Paraná. Tentaram comunicar-se com o objeto até então não
identificado, e receberam uma resposta:
–
Aqui é o capitão Ismael, voo SA452, com destino a São Paulo.
Na
torre de controle, todos se entreolharam. Não sabiam de avião nenhum indo para
São Paulo naquele horário. E o número daquele voo não era estranho, apesar de
também não ser familiar.
Demorou
alguns minutos até perceberem que o voo citado pelo piloto era o voo
desaparecido há 25 anos.
Primeiro
acreditaram se tratar de um engano. Depois, de uma brincadeira de mau gosto.
Quando entenderam que o piloto falava sério, solicitaram que retornasse
imediatamente, e pousasse o avião o mais rápido possível.
As
autoridades locais responsáveis foram logo acionadas, e não demorou a
instaurar-se um pequeno tumulto nos bastidores do aeroporto.
Tão
logo o avião surgiu em meio ao céu azul e límpido daquela tarde, todos se
encararam chocados. De fato, era o voo SA452.
O
Boeing vermelho e branco da empresa Safe Airlines, considerado moderno em 1989, agora mais parecia saído de um filme antigo. Contudo, apesar
do modelo ultrapassado, a aeronave estava em perfeitas condições.
Como
se não tivessem se passado 25 anos.
Enquanto
o avião taxiava na pista, o Aeroporto Internacional Hercílio Luz era isolado
pela segurança nacional.
Fragmentos do livro “O Duplo da Terra”, da escritora Jana Lauxen.
Lançamento previsto para o primeiro trimestre de 2016.