Jussara Pires iniciou sua
construção como escritora alguns anos atrás. Não se atropelou e nem pulou
etapas, mas tampouco parou ou recuou. Começou devagar, primeiro tirando as
palavras da cabeça e as dispondo pelo papel em branco. Depois, foi atrás de
aprender e se aperfeiçoar. Fez cursos, oficinas, exercícios. Publicou seus
primeiros textos em coletâneas, participou de atividades culturais. Então ajudou
a organizar uma roda literária na praça de sua cidade e se tornou colunista do Portal Abrantes. E em julho deste ano,
Jussara lançou seu romance de estreia, “O Cálice de Ouro”.
A obra gira em torno da
descoberta de um objeto remoto e misterioso, que leva à comprovação da
existência de uma civilização antiga ainda desconhecida. Quando o artefato
é roubado, tem início uma aventura empolgante, na qual crenças, princípios e
certezas são colocados à prova, assim como a segurança da própria raça humana.
Conversamos com Jussara Pires
sobre seu primeiro livro, seu trabalho, sua trajetória, e sobre como qualquer motivo pode virar um texto quando os sentimentos estão à flor da pele.
Confira:
Jussara, no lançamento de seu livro de estreia. Foto: Juarez Matias Araújo. |
Quem
é Jussara Pires?
Sou casada, tenho dois filhos, três netos,
nasci em 23 de junho de 1960 e sou fascinada pela literatura. Sou autora do
livro “O Cálice de Ouro” e já participei de algumas antologias e rodas
literárias em minha cidade.
Qual
é o papel da literatura em sua vida?
Sempre foi e sempre será minha terapia. A
literatura é a minha amiga de todas as horas.
Como é a sua rotina para escrever e qual é a sua fonte de
inspiração?
Não tenho
rotina. Escrevo quando tenho algo a dizer, quando sinto que tenho alguma coisa
para ser colocada para fora e que fica rondando os meus pensamentos. E minha
inspiração são meus sentimentos quando estão à flor da pele. Nessas horas, qualquer
motivo pode virar um texto.
Jussara e a coletânea "The King", da qual participa com um conto. Foto: Arquivo pessoal. |
Você
já participou de várias publicações coletivas, nos mais diferentes gêneros
literários, e agora escreveu um romance. Por quê? E o que significa para você,
enquanto autora?
Sim, já participei de várias antologias. Os
textos curtos e a variedade de gêneros foi um desafio, mas foi bom para exercitar
minha capacidade em criar. Já o romance foi um trabalho mais bem elaborado. O difícil
foi me manter focada na trama principal da história, mas fui bem orientada e
meu trabalho foi bem finalizado. Escrever um romance significa uma conquista e
eu me sinto realizada.
Você lançou seu livro de estreia, “O Cálice de Ouro”, dia 13 de
julho de 2018, em Salvador/BA. Como foi o evento de lançamento?
Muitos
convidados compareceram prestigiando o evento. Para quem está lançando o
primeiro livro, acredito que foi muito bom.
Como tem sido a resposta de quem já leu a obra?
A
maioria das pessoas que leu o livro gostou do enredo. E disseram que a história
é bem envolvente e que prende a atenção. Então, para mim, a resposta
parece positiva.
Durante o lançamento de seu livro. Foto: Juarez Matias Araújo. |
Fale um pouco sobre “O Cálice de Ouro”. O que o
leitor encontrará em sua obra?
“O
Cálice de Ouro” é uma história de aventura do início ao fim. Porém, pode-se
encontrar um pouco de tudo: mistério, drama, maldição, superstição...
Qual é o seu personagem preferido e por quê?
Meu personagem
favorito eu posso até dizer, é o pajé. Mas o motivo, não! Vocês terão que
descobrir.
Como foi o processo de construção do enredo?
Eu já tinha em
mente o que queria escrever, mas tudo começou como um dever de casa. Meu
instrutor literário me desafiou a escrever um livro.
Qual é o drama central do seu livro?
O bem e o mal. Todos
nós temos um pouco de cada um, e é preciso que um não se sobreponha ao outro
para que as energias mantenham-se em equilíbrio.
Como você vê a participação da mulher na literatura?
A mulher tem um
papel muito importante em nossa literatura. Grandes escritoras como Clarice
Lispector, Cecília Meireles, Carolina de Jesus, Cora Coralina, Rachel de
Queiroz, entre outras, deixaram sua marca na história, inspirando e incutindo a
liberdade de pensamento, não só para outras mulheres, mas para todos, abrindo
horizontes. De um jeito ou de outro, sinto-me como uma mulher que foi inspirada
por mulheres. Eu acho isso incrível.
Foto: Arquivo pessoal. |
Você participa de rodas
literárias em sua cidade, Camaçari/BA, que são realizadas em praças. Fale um
pouco sobre esse projeto e a recepção por parte do público.
Sim, já
participei de algumas rodas literárias em praças públicas. Foi um projeto
criado por amigos poetas com o objetivo de levar a poesia ao povo. A princípio,
houve certa resistência por parte das pessoas, mas como já dizia Castro Alves: “A
praça é do povo como o céu é do condor”. Insistimos e colhemos bons resultados.
Encontramos apreciadores da poesia e até quem declamasse suas próprias criações.
Isso fez valer a pena nossos esforços. Eu acredito que, de alguma maneira, uma
ação como essa se torna uma boa semente para o nosso futuro enquanto
comunidade.
Poesia na praça. Foto: Ray Rosas. |
Quais são as suas expectativas em relação ao futuro de sua
carreira?
Eu espero que
“O Cálice de Ouro” chegue ao maior número possível de pessoas. Acho que todo
mundo possui seus conflitos internos, e se depara com escolhas difíceis em seu dia
a dia. Por isso, acredito que o livro seja interessante para um público amplo. Espero
que a história toque a alma de quem tiver que tocar. Sobre minha carreira, bem,
só estou começando! Vamos adiante. Como sempre diz um grande amigo meu: “um
passo de cada vez”.
Foto: Juarez Matias Araújo. |
Rapidinhas:
Livro: “A árvore que dava dinheiro”, de Domingos Pellegrini.
Escritor: Agatha Christie.
Ídolo: Michael Jackson.
Música: “Amar quem eu já amei”, de João do Vale e Libório.
Vida: Feliz.
Morte: Meus pais.
Amor: Natureza.
Paixão: Animais.
Literatura: Suspense.
Sonho: Um lugar distante, isolado da civilização.
Inesquecível: A aprovação do meu primeiro conto para uma antologia.
Bem: Não guardo rancor. Procuro ver o lado bom da vida, sempre.
Mal: Teimosia. Sou difícil de mudar de opinião.
Sorte: Ter boa saúde.
Azar: Não lembro.
Energia: Positiva.
Escolha: O rumo da minha vida.
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