terça-feira, 2 de outubro de 2018

Entrevista: “Qualquer motivo pode virar um texto”

Jussara Pires iniciou sua construção como escritora alguns anos atrás. Não se atropelou e nem pulou etapas, mas tampouco parou ou recuou. Começou devagar, primeiro tirando as palavras da cabeça e as dispondo pelo papel em branco. Depois, foi atrás de aprender e se aperfeiçoar. Fez cursos, oficinas, exercícios. Publicou seus primeiros textos em coletâneas, participou de atividades culturais. Então ajudou a organizar uma roda literária na praça de sua cidade e se tornou colunista do Portal Abrantes. E em julho deste ano, Jussara lançou seu romance de estreia, “O Cálice de Ouro”. 
A obra gira em torno da descoberta de um objeto remoto e misterioso, que leva à comprovação da existência de uma civilização antiga ainda desconhecida. Quando o artefato é roubado, tem início uma aventura empolgante, na qual crenças, princípios e certezas são colocados à prova, assim como a segurança da própria raça humana.
Conversamos com Jussara Pires sobre seu primeiro livro, seu trabalho, sua trajetória, e sobre como qualquer motivo pode virar um texto quando os sentimentos estão à flor da pele.
Confira: 

Jussara, no lançamento de seu livro de estreia. Foto: Juarez Matias Araújo.

Quem é Jussara Pires?

Sou casada, tenho dois filhos, três netos, nasci em 23 de junho de 1960 e sou fascinada pela literatura. Sou autora do livro “O Cálice de Ouro” e já participei de algumas antologias e rodas literárias em minha cidade.

Qual é o papel da literatura em sua vida?

Sempre foi e sempre será minha terapia. A literatura é a minha amiga de todas as horas.

Como é a sua rotina para escrever e qual é a sua fonte de inspiração?

Não tenho rotina. Escrevo quando tenho algo a dizer, quando sinto que tenho alguma coisa para ser colocada para fora e que fica rondando os meus pensamentos. E minha inspiração são meus sentimentos quando estão à flor da pele. Nessas horas, qualquer motivo pode virar um texto.

Jussara e a coletânea "The King", da qual participa com um conto. Foto: Arquivo pessoal.

Você já participou de várias publicações coletivas, nos mais diferentes gêneros literários, e agora escreveu um romance. Por quê? E o que significa para você, enquanto autora?

Sim, já participei de várias antologias. Os textos curtos e a variedade de gêneros foi um desafio, mas foi bom para exercitar minha capacidade em criar. Já o romance foi um trabalho mais bem elaborado. O difícil foi me manter focada na trama principal da história, mas fui bem orientada e meu trabalho foi bem finalizado. Escrever um romance significa uma conquista e eu me sinto realizada.


Você lançou seu livro de estreia, “O Cálice de Ouro”, dia 13 de julho de 2018, em Salvador/BA. Como foi o evento de lançamento?

Muitos convidados compareceram prestigiando o evento. Para quem está  lançando o primeiro livro,  acredito que foi muito bom. 

Como tem sido a resposta de quem já leu a obra?

A maioria das pessoas que leu o livro gostou do enredo. E disseram que a história é  bem envolvente e que prende a atenção. Então, para mim, a resposta parece positiva.

Durante o lançamento de seu livro. Foto: Juarez Matias Araújo.

Fale um pouco sobre “O Cálice de Ouro”. O que o leitor encontrará em sua obra?

“O Cálice de Ouro” é uma história de aventura do início ao fim. Porém, pode-se encontrar um pouco de tudo: mistério, drama, maldição, superstição...

Qual é o seu personagem preferido e por quê?

Meu personagem favorito eu posso até dizer, é o pajé. Mas o motivo, não! Vocês terão que descobrir. 

Como foi o processo de construção do enredo?

Eu já tinha em mente o que queria escrever, mas tudo começou como um dever de casa. Meu instrutor literário me desafiou a escrever um livro.

Qual é o drama central do seu livro?

O bem e o mal. Todos nós temos um pouco de cada um, e é preciso que um não se sobreponha ao outro para que as energias mantenham-se em equilíbrio.

Como você vê a participação da mulher na literatura?

A mulher tem um papel muito importante em nossa literatura. Grandes escritoras como Clarice Lispector, Cecília Meireles, Carolina de Jesus, Cora Coralina, Rachel de Queiroz, entre outras, deixaram sua marca na história, inspirando e incutindo a liberdade de pensamento, não só para outras mulheres, mas para todos, abrindo horizontes. De um jeito ou de outro, sinto-me como uma mulher que foi inspirada por mulheres. Eu acho isso incrível.

Foto: Arquivo pessoal.

Você participa de rodas literárias em sua cidade, Camaçari/BA, que são realizadas em praças. Fale um pouco sobre esse projeto e a recepção por parte do público.

Sim, já participei de algumas rodas literárias em praças públicas. Foi um projeto criado por amigos poetas com o objetivo de levar a poesia ao povo. A princípio, houve certa resistência por parte das pessoas, mas como já dizia Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”. Insistimos e colhemos bons resultados. Encontramos apreciadores da poesia e até quem declamasse suas próprias criações. Isso fez valer a pena nossos esforços. Eu acredito que, de alguma maneira, uma ação como essa se torna uma boa semente para o nosso futuro enquanto comunidade.

Poesia na praça. Foto: Ray Rosas.

Quais são as suas expectativas em relação ao futuro de sua carreira?

Eu espero que “O Cálice de Ouro” chegue ao maior número possível de pessoas. Acho que todo mundo possui seus conflitos internos, e se depara com escolhas difíceis em seu dia a dia. Por isso, acredito que o livro seja interessante para um público amplo. Espero que a história toque a alma de quem tiver que tocar. Sobre minha carreira, bem, só estou começando! Vamos adiante. Como sempre diz um grande amigo meu: “um passo de cada vez”.

Foto: Juarez Matias Araújo.

Rapidinhas:

Livro: “A árvore que dava dinheiro”, de Domingos Pellegrini.

Escritor: Agatha Christie.

Ídolo: Michael Jackson.

Música: “Amar quem eu já amei”, de João do Vale e Libório.

Vida: Feliz.

Morte: Meus pais.

Amor: Natureza.

Paixão: Animais.

Literatura: Suspense.

Sonho: Um lugar distante, isolado da civilização.

Inesquecível: A aprovação do meu primeiro conto para uma antologia.

Bem: Não guardo rancor. Procuro ver o lado bom da vida, sempre.

Mal: Teimosia. Sou difícil de mudar de opinião.

Sorte: Ter boa saúde.

Azar: Não lembro.

Energia: Positiva.

Escolha: O rumo da minha vida. 

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