Por Helena Fazollo.
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É natural temer o que desconhecemos. E talvez por isso o
medo da morte seja o mais angustiante, dentre todos os nossos temores. Primeiro
por que não sabemos o que nos espera do lado de lá – se é que algo nos espera
do lado de lá; se é que existe um lado de lá. Segundo por que, nesta vida, só
existe uma certeza: cedo ou tarde, a morte irá bater em nossa porta. E não vai
adiantar não abrir.
Celina, personagem da obra A Mão de Celina (Ed. Os Dez Melhores, 2014, R$35), conheceu a morte
cedo demais. Porém, ao contrário do que costuma acontecer, Celina resolveu ignorar
as supostas barreiras que separam a vida da morte, e retornou ao mundo dos
vivos. Não somente para se comunicar, como também para participar da vida
daqueles que ficaram. Especialmente Edu, seu namorado, que após cinco longos
anos de luto finalmente encontrou um novo amor, Jana, e motivos para recomeçar.
A Mão
de Celina, segundo livro do escritor gaúcho Jeremias Soares, apesar
de tratar sobre a morte – e o que não sabemos sobre ela – é um livro que fala,
acima de tudo, sobre a vida: vidas que se cruzam, vidas que recomeçam, vidas
que terminam sem, de fato, realmente terminar. E, claro, das coincidências que esta
mesma vida costuma reservar aos mais desavisados.
Através de um triângulo amoroso no mínimo curioso, uma vez
que uma das três partes está morta, o autor passeia com autoridade e destemor
por assuntos que geralmente causam um sério desconforto na maioria de nós, meros
leitores mortais.
No entanto, com sua
narrativa intensa e envolvente, Jeremias consegue o que parece improvável:
tratar de temas duros e obscuros com leveza e humor, prendendo nossa atenção já
no primeiro parágrafo.
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A estrutura do livro
também merece destaque. O autor compôs sua obra de tal forma, que o leitor
passa a fazer parte da narrativa, conseguindo, sem dificuldade, estar no lugar
de cada personagem, sentindo o que sentem, pensando o que pensam, e entendendo
por que fazem o que fazem.
Aliás, desde o
lançamento de seu primeiro livro, O
Sobrado da Rua Velha (Ed. Multifoco, R$45, 2012), Jeremias Soares já comprovou
sua habilidade para contar histórias de suspense e terror sem cair em clichês
habituais. Não há efeitos literários especiais em sua obra; o autor não inventa
armadilhas para o leitor, e tampouco tenta impressioná-lo com sustos
desnecessários.
A
Mão de Celina é um livro enxuto e completo, que também abre
os trabalhos solos da Editora Os Dez Melhores (www.editoraosdezmelhores.com.br)
– uma editora que chega ao mercado editorial brasileiro indo na contramão da
proposta da maioria das editoras especializadas na publicação do novo autor:
lançar somente dez livros por ano. Talvez menos, mas nunca mais.
E é por este – e por
muitos outros motivos, que o leitor somente descobrirá quando embarcar na
história de Celina, Edu e Jana – que A
Mão de Celina é leitura mais do que recomendada para quem gosta de uma boa
história.
O lançamento do livro acontece dia 11 de junho de 2014,
entre 16h e 17h, no Café Literário (Praça da Bandeira), durante a
Feira do Livro de Canoas/RS. Após, o evento segue no estande da Associação
Canoense dos Escritores. Confirme sua presença aqui.
Mais informações podem ser obtidas no blog da Editora Os Dez Melhores (www.editoraosdezmelhores.blogspot.com.br)
ou através do e-mail contato@editoraosdezmelhores.com.br.
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