segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Uma resenha Obscena!

Texto: Jana Lauxen.
Vídeo: Christiano Naza / Studio One.


A Editora Os Dez Melhores é uma editora pequena e independente que, assim como o underground, funciona no subterrâneo – não só ideologicamente, mas literalmente: nosso escritório, de 15 metros quadrados, fica em um porão, e 70% dele está abaixo do térreo.
Fundamos a editora em 2013, com exatos três mil reais oriundos de um empréstimo, que utilizamos para lançar nosso primeiro livro, a coletânea Conte um Conto Vol. I. De lá pra cá já publicamos 11 obras, metade delas lançadas com investimento integral da editora, incluindo a revista Obscena.
Poucas são as editoras independentes de pequeno porte que trabalham assim no Brasil, um país que simplesmente não gosta de ler, e nós nos orgulhamos de ser uma delas.
Desde o início, nunca foi nosso objetivo publicar autores e artistas renomados e reconhecidos, cujo espaço, verba e público já estão garantidos. Bem pelo contrário! Dos quase 300 autores que já participaram de nossas obras, mais da metade publicou pela primeira vez através de nosso selo. E nós buscamos sempre oferecer a todos, e a cada um, uma publicação séria e profissional, legalmente registrada, cuja qualidade literária, gráfica e editorial nada fique devendo às obras publicadas por grandes editoras.
Afinal, underground não pode, não precisa e não deve ser sinônimo de amador, nunca.
Somos uma editora minúscula de 15 metros quadrados subterrâneos que subsiste e resiste em uma cidade de 60 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul, mas tentamos fazer aqui um trabalho de gente grande. 
Entretanto, se não existissem pessoas atuando e movimentando a cena independente, literária e cultural de nossa cidade e região, não haveria Editora Os Dez Melhores, nem livros, nem revista Obscena, nem coisa nenhuma.


O profissionalismo e o envolvimento de nossos parceiros e colaboradores são tão fundamentais quanto o nosso próprio profissionalismo e envolvimento. Sem eles, não faríamos nada.


E nós tivemos o privilégio de encontrar em nosso caminho autores e artistas cujo comprometimento com a arte vai além da pose e do discurso, e se reflete em seu trabalho, em suas ações, sua postura, sua coragem, seu entusiasmo, sua competência artística e profissional.

Os obscenos no lançamento da Obscena.

A Obscena é resultado de todo este envolvimento – não apenas nosso, mas principalmente dos autores e artistas que ali estão, e que estiveram também no lançamento, expondo, tocando, cantando, mostrando sua arte.


Falo da Talytha Roehe, da loja Beija-Flor, de Não-Me-Toque/RS, que expôs seu trabalho de customização, e também foi a responsável pela decoração do lançamento. Na 1ª edição da Obscena é possível conferir um pouco mais sobre o seu trabalho na seção “Observe a Cena: Moda”, através de um ensaio exclusivo de moda customizada!



Falo do DJ Christiano Naza, que cuidou da sonorização, dando o tom e o compasso de todo o lançamento. Christiano também participa da revista com uma entrevista bem bacana com Hugo Kochenborger da Rosa, idealizador do “Museu Virtual do Rádio.


Falo do escritor Afobório, que cuidou do bar, garantindo que ninguém ficasse de goela seca e estômago vazio. Na Obscena, Afobório marca presença com a crônica “A Revolução de Ler”!


Falo do fotógrafo Fernão Duarte, grande amigo, parceiro e colaborador, sempre registrando cada pequenino detalhe de toda a movimentação. Fernão participa da revista com o texto “Eu tenho grandes sonhos, e você?”, além de suas fotos, é claro.

Toni Alboite confere o texto e as fotos de Fernão Duarte na revista Obscena.
Foto do fotógrafo, só se for selfie! ;)

Falo da Jana Bueno e do Elton Augusto, da Jana Artesanatos, parceiros da Editora Os Dez Melhores desde que o mundo é mundo, e que apresentam seu trabalho na Obscena na seção “Observatório de Cultura”!


Falo do Fabrício Bueno Fernandes, de 13 anos, filho da Jana, que também marcou presença por conta de sua participação na revista, na seção “Observe a Futura Cena Underground”!


Falo do Nelson Arnhold, que mais uma vez participou com seus desenhos sempre singulares e cheios de detalhes! Na Obscena, ele é o responsável pela bela ilustração do texto “Talento basta?”, da seção “Pergunta Obscena”.


Falo da grande Priscila Pezzini, da Prirografia, que veio direto de Santa Catarina com seu trabalho impecável e seu entusiasmo contagiante! Sua participação na Obscena é com um de seus quadros em pirografia, na seção “Loja Underground”.



Falo do fotógrafo Crystopher Clarke, e suas fotos sensíveis e inspiradoras. Não por acaso, ele é o autor da fotografia que ilustra o texto “Você, escrevendo poesia?”, publicada na página 51 da Obscena.


Falo da artesã Kênia Alberton, da Classeart, com suas peças caprichosamente trabalhadas – uma delas, bordada em ponto cruz, está na seção “Loja Underground” da revista!


Falo da ilustradora Keli Rahmeier, e seu traço divertido e singular, que ilustrou com coragem e identidade a letra de RAP “Poesia do Guetto”, publicada na Obscena.


Falo do Juliano Siqueira, cujo trabalho ultrapassa minha linha de compreensão, e pode ser conferido também na revista, na seção “Loja Underground”!


Falo da escritora Marinilce Schmitz, autora do livro Celebre a Vida e também do texto “Você, escrevendo poesia?”, publicado na Obscena, que não pôde comparecer, mas enviou a Fabiane Tombini para lhe representar – e ela lhe representou maravilhosamente, atenciosa e prestativa que é!


Falo da artista Vanessa Arendt e de seu talento impressionante em ilustrações, retratos realistas e caricaturas, que também pode ser visto na seção “Opinião Obscena”, no texto “Arte Comercial e Arte Independente: quem é quem”, primorosamente ilustrado por ela para a revista Obscena!


Falo do ilustrador Matheus Kruger, que preencheu sua banca com seu traço peculiar e seus desenhos carregados de originalidade. Matheus participa da revista ilustrando lindamente o texto “A Revolução de Ler”!


Falo também do incrível Wélington Weimann, da WW Art Tattoo, parceiro de outros carnavais e artista habilidoso, capaz de criar, reproduzir, e agora também tatuar! Wélington transformou o texto “Como você pode apoiar a cena cultural independente?”, publicado na 1ª edição da Obscena, em uma ilustração extraordinária, que praticamente conta uma história por si mesma.


Falo das maravilhosas Fiva Goellner e Fernanda Silva, da ojo teias, cujo trabalho retrata com perfeição a vibração admirável e arrebatadora destas duas queridas! Não poderiam faltar na Obscena, na seção “Loja Underground”!


Falo da gurizada do projeto Formato Mínimo, Cléber Silva, Nata Koplin e Luis Vinicius Marques, que como sempre fizeram um show fantástico, e colocaram todo mundo pra curtir. O Formato Mínimo orgulhosamente participa da 1ª edição da Obscena na seção “Observatório de Cultura”!


Falo dos rappers Carlos Burgel e Rufino de Oliveira, que deixaram seu recado e substituíram com maestria o rapper Josué Quadros, da Diretoria dos Lokos, que não pôde comparecer, mas participa da Obscena com uma letra de RAP que é uma porrada no estômago!

Carlos.

Rufino.

Falo também do Gilson Silva, do Afonso Cristiano Fleck da Silva e do Diego Kemmerich da Silva, da banda Rastilho, que encerraram o evento em grande estilo, fazendo a galera pedir bis, e estão na Obscena na seção “Observe a Cena: Música”, com uma entrevista respeitável sobre rock, trabalho e a cena independente.

Gilson.

Diego.

Afonso.

Falo dos autores Glenda Varotto, Paulo Ricardo Schmidt, Rafael Salles, Alexandra Braun e Tita Growl, que marcaram presença na revista, com seus textos, desenhos e fotos, e também no lançamento!

Glenda.

Rafael e Paulo.

Ricardo Becker, da banda 5:18, e Alexandra Braun, uma das ilustradoras da Obscena.


Tita.

Falo da gurizada das bandas 5:18 e Forjado Sol, que vieram conferir e prestigiar o lançamento da Obscena, que traz uma entrevista com cada banda falando sobre seu trabalho, seus projetos e seus mais recentes lançamentos!

5:18 e eu!

Forjado Sol.

Falo de todos que compareceram ao evento, pelos abraços, pelo carinho, pelo apoio, pela irmandade e parceria!


Falo de todos que, direta ou indiretamente, estão com a gente, fazendo da arte mais do que um trabalho ou uma distração; mas uma forma de resistir, persistir e (por que não?) prosperar!


Por isso estamos aqui hoje, lançando uma revista onde a arte e o artista independente são os protagonistas. São estes músicos, escultores, escritores, fotógrafos, ilustradores e artesãos, que produzem e estimulam a arte daqui, da nossa região, que nos dão razão, motivo e circunstância para existir e continuar.


Muita gente não os conhece, pois eles se movimentam no underground. Eles estão no subterrâneo, tal e qual a Editora Os Dez Melhores.


A Obscena traz à luz esta cena, que acontece e se transforma ao seu lado, na sua frente, nas suas costas, embaixo dos teus pés, dos teus olhos, do teu nariz e das tuas barbas.


Observe com atenção, e você vai ver.


Somos uma editora pequena e independente que, assim como o underground, funciona no subterrâneo, ideologicamente e literalmente: nosso escritório tem apenas 15 metros quadrados, mas aqui cabe uma multidão.



Compre a sua.
Veja todas as fotos do lançamento.